quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
Cronologia Significativa...IV
Cátia - Dezembro 2011
E como eu disse antes, acontecem coisas estranhas...
Uma saída com uns amigos para me divertir e para limpar a cabeça dos problemas, era tudo o que precisava naquela altura. Começava a minha vida de novo e sozinho. Do zero, outra vez. E que desta seja de vez!
Uma troca de olhares, uns subtis amassos e conheço a Cátia.
Nada de sério, sem expectativas. Foi o que me pediu desde o primeiro encontro. Consegui desvendar o que ela queria no momento que nem ela própria sabia. Nada de sério mas alguém que esteja lá quando ela precisasse de um porto de abrigo.
Fomos-nos conhecendo a pouco e pouco e ainda mantemos este processo activo.
Existem pormenores que me fascinam numa mulher, e deixam-me a olhar para eles uma eternidade quando me atraiem, a boca, a voz, o olhar, a timidez, um género de divertimento implicito, a cumplicidade, as pernas, a expressão facial em certos momentos.
Tudo isto está nela presente. E ela fez-me redescobrir tudo isto... Corresponde a todos os fatores que mencionei e a muitos mais...
Pensar nela faz-me acelerar o ritmo cardíaco e sorrir...
Estar com ela faz parar o tempo e tudo a volta deixa de existir por instante...
Os seus beijos são arrebatadores...
O toque dela arrepia-me...
Os beijos no pescoço fazem-me pedir mais e mais...
A química existe...e se existe...
É a isto que me refiro... a esta conjugação quase perfeita de hormonas...
Tem sido um turbilhão fantástico de sentimentos...sublime.
As nossas conversas duram...rimo-nos por tudo e por nada.
Falamos das nossas amizades e de episódios engraçados das nossas vidas...it's nice!
Não sei de onde isto veio nem de onde ela apareceu...
Não sei onde isto vai dar mas sei que estou a adorar cada minuto...
Just go with the flow... aconteça o que acontecer já valeu a pena...cada segundo...
Cronologia Significativa...III
Mãe (Ana Paula Correia Gonçalves Henriques) - 09/01/2005
Foram os dias mais estranhos em toda a minha vida… vi o estado da minha mãe decair… vi tudo o que não queria ver das consequências da doença dela. Aguentei tudo e manti-me de pé até cair no chão frio e avermelhado do corredor do hospital onde ela estava internada... por já não ter forças para aguentar mais… por ver o coma induzido pela morfina que lhe tirou a vivacidade que ela tinha… a vivacidade de quando dançávamos os dois as músicas dos Queen e dos Simply Red... quando corríamos um atrás do outro na praia, quando falávamos horas a fio até adormecermos… quando riamos até não dar mais…
Foi-se embora e não nos conseguimos despedir… mas se calhar foi melhor assim. Nunca me viu chorar por ela para não a enfraquecer...e como lutei por isso. Quis sempre mantê-la forte e motivada para contrariar aquela chacina silenciosa que corria dentro dela.
A minha miuda... a minha rainha... a mulher que eu mais amei e vou amar por ser aquilo que eu sempre precisei na figura materna... levou uma parte de mim com ela quando nos deixou a todos...
Cronologia Significativa...II
Vera - Setembro de 2003
Erros... felizmente ou infelizmente temos mesmo que os cometer... só assim aprendemos a definir-nos.
A depressão começa a instalar-se por estas bandas depois do desastre amoroso que passei e agarrei-me à primeira pessoa que me apareceu… Não foi uma qualquer, por sorte... ainda acho.
Surge a Vera. Fui conhecendo-a e por conseguinte, a sua família. Ela era, e é, realmente uma mulher com quem se deve viver uma vida. Melhor elogio não lhe posso deixar. Repito, é uma mulher com que se deve viver uma vida, mas para quem nutrisse um amor verdadeiro por ela. Por 8 anos eu tentei.
Procurava estabilidade, momentos calmos e aconchegantes… o que naquela altura não existia… só quando o dia acabava e adormecia a ver tv no meu quarto. Estabilidade foi o que a Vera e a linda família dela me deram. Os pais dela foram como meus pais. Ajudaram-me em tudo o que puderam e não sei como agradecer. Acho que consegui retribuir tudo o que me deram, nisso sinto que estou de consciência tranquila.
A minha mãe adoece com um carcinoma de Paget e piora a cada dia que passa. O meu pai fica bipolar, maníaco-depressivo, obsessivo-compulsivo e inválido, mesmo. E fico desiludido com a minha vida académica…
O mundo à minha volta parecia desabar a cada segundo, e acho que só o facto de acordar de manhã tornava o mundo cada vez pior. A instabilidade apoderava-se. Pensava muito em pouco e pensava pouco em muito. Não me conseguia focar no que realmente devia. Ver a minha mãe assim e o meu pai a revelar todo o poderio das suas debilidades, usando-o contra mim, contra a minha mãe e contra o mundo, estava a tornar as coisas cada vez mais difíceis de encarar com razão…
Refugiei-me na Vera e tentei sentir algo por ela para não a desiludir, mostrar que não era um qualquer e forcei coisas que não devem ser forçadas. As coisas quando têm de acontecer, surgem naturalmente. O amor não dá para perceber... surge do nada e do todo.
Vivi com a Vera cerca de 2 anos depois de já estarmos juntos há 6 anos. Foram 2 anos sorridentes e mornos. Fiz o que pude e o que não pude para manter a chama acesa. Mas como disse anteriormente, estas coisas do amor vêm sem aviso e nem precisas de fazer nada para ele surgir.
Enchi-me de coragem e egoísmo e disse-lhe que já não conseguia mais.
Ainda me questiono é porque andava eu a tentar ter um filho ou filha…8 meses a tentar… mas eu acho que as coisas quando acontecem de uma certa forma têm uma razão de ser, pelo menos é no que eu acredito. Nada acontece por acaso e às vezes acontecem coisas estranhas.
Cronologia significativa...I
Mafalda - Abril 2002
O primeiro momento que mudou a minha vida... cheguei aos 17 anos e apaixono-me loucamente por uma miúda de 14…que por sinal afinal tinha 13…afinal já nem interessava.
E todas aquelas miúdas que até nutria alguns sentimentos ficaram para trás e já só me lembro dos nomes delas e de alguns pormenores… Mas esta…pffff! Sentia tudo e tanto por aquela miúda que até me enervava…eram dias inteiros a pensar nela…nem as coisas na faculdade corriam a direito. Faculdade e o resto…
Conheci-a no velhinho MIRC…tudo a 2 cores e tal... Cores era o que não faltava quando falava com ela, para não falar quando estava com ela.
Uma miúda enfezadinha, de aparelho fixo mas com o ar mais celestial que alguma vez conheci em toda a minha vida. Uma voz mais doce que o chocolate de leite que eu tanto adoro… Uns olhos que só transpareciam o bem… acho que nem o próprio JC os tinha assim. Cabelo castanho liso até aos ombros e com risco ao meio… Com um estilo skater…
Foram 4 meses que pareceram anos tal a maneira como vivemos as coisas tão intensamente. Senti tudo…senti nada…abriu-se aqui dentro pela primeira vez um universo de sensações, que só quem passou por isto sabe dizer como se sentiu mas também fica assim meio que baralhado a tentar explicar…
Estonteante… esplendoroso… arrebatador… insaciável… revigorante… apaixonante… enervante… mas ao mesmo tempo… seguro… calmo… eterno...
Uma vida ao lado dela...
O mas ás vezes é inevitável e veio mesmo.
Acabou tudo de forma tão estranha que ainda hoje não entendo a razão.
Mas agora está tudo diferente... voltei a falar com ela... mas está tudo diferente...
O primeiro de alguns...assim o espero...
Toda a gente tem os seus pensamentos. Até aqui acho que ninguém dúvida...
Há quem se sinta bem em partilhá-los com amigos íntimos, alguns nem isso, preferem guardá-los todinhos. Ainda há aqueles que os partilham com toda a gente...normalmente as estes ninguém dá ouvidos...
Eu partilho aqui alguns dos meus momentos mais marcantes, comigo e com quem eu convidar para os ler. Quem vier vai-me encontrar...
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