quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Cronologia Significativa...II



Vera - Setembro de 2003

 Erros... felizmente ou infelizmente temos mesmo que os cometer... só assim aprendemos a definir-nos.
 A depressão começa a instalar-se por estas bandas depois do desastre amoroso que passei e agarrei-me à primeira pessoa que me apareceu… Não foi uma qualquer, por sorte... ainda acho.
 Surge a Vera. Fui conhecendo-a e por conseguinte, a sua família. Ela era, e é, realmente uma mulher com quem se deve viver uma vida. Melhor elogio não lhe posso deixar. Repito, é uma mulher com que se deve viver uma vida, mas para quem nutrisse um amor verdadeiro por ela. Por 8 anos eu tentei.
 Procurava estabilidade, momentos calmos e aconchegantes… o que naquela altura não existia… só quando o dia acabava e adormecia a ver tv no meu quarto. Estabilidade foi o que a Vera e a linda família dela me deram. Os pais dela foram como meus pais. Ajudaram-me em tudo o que puderam e não sei como agradecer. Acho que consegui retribuir tudo o que me deram, nisso sinto que estou de consciência tranquila.
 A minha mãe adoece com um carcinoma de Paget e piora a cada dia que passa. O meu pai fica bipolar, maníaco-depressivo, obsessivo-compulsivo e inválido, mesmo. E fico desiludido com a minha vida académica…
 O mundo à minha volta parecia desabar a cada segundo, e acho que só o facto de acordar de manhã tornava o mundo cada vez pior. A instabilidade apoderava-se. Pensava muito em pouco e pensava pouco em muito. Não me conseguia focar no que realmente devia. Ver a minha mãe assim e o meu pai a revelar todo o poderio das suas debilidades, usando-o contra mim, contra a minha mãe e contra o mundo, estava a tornar as coisas cada vez mais difíceis de encarar com razão…
 Refugiei-me na Vera e tentei sentir algo por ela para não a desiludir, mostrar que não era um qualquer e forcei coisas que não devem ser forçadas. As coisas quando têm de acontecer, surgem naturalmente. O amor não dá para perceber... surge do nada e do todo.
 Vivi com a Vera cerca de 2 anos depois de já estarmos juntos há 6 anos. Foram 2 anos sorridentes e mornos. Fiz o que pude e o que não pude para manter a chama acesa. Mas como disse anteriormente, estas coisas do amor vêm sem aviso e nem precisas de fazer nada para ele surgir.
 Enchi-me de coragem e egoísmo e disse-lhe que já não conseguia mais.
 Ainda me questiono é porque andava eu a tentar ter um filho ou filha…8 meses a tentar… mas eu acho que as coisas quando acontecem de uma certa forma têm uma razão de ser, pelo menos é no que eu acredito. Nada acontece por acaso e às vezes acontecem coisas estranhas.

Sem comentários:

Enviar um comentário